Antes de passarmos aos 2 vídeos em que o Prof. Brant Pitre faz uma breve exposição das bases bíblicas para o ensino da Igreja Católica sobre o Sacramento da Unção dos Enfermos, vejamos, no artigo a seguir, como a Igreja nos recomenda a receber este Sacramento. Após esses dois vídeos, observem as sugestões de leituras e outros vídeos.

Vivemos em uma sociedade em que há um grande medo da doença e do sofrimento, como demonstrado pela resposta ao coronavírus. Uma maneira de diminuir esse medo entre os católicos é conscientizá-los de que existe um sacramento que pode proporcionar graças para permitir que uma pessoa doente seja curada ou esteja preparada para morrer e estar com Deus, de acordo com a vontade de Deus para ela. Saber que o Sacramento da Unção dos Enfermos está disponível se ficarmos gravemente doentes deve nos dar a confiança de que, aconteça o que acontecer, Deus nos dará as graças de que precisamos.

A Unção dos Enfermos foi instituída por Jesus quando deu a Seus Apóstolos o poder de curar as pessoas. O Evangelho de São Marcos nos diz que os Apóstolos "ungiam com óleo a muitos enfermos e os curavam" (Marcos 6, 13). O sacramento era administrado na Igreja primitiva de maneira semelhante à atual. Em sua epístola, São. Tiago escreveu: "Alguém dentre vós está sofrendo? Recorra à oração. Alguém está alegre? Entoe hinos. Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo no nome do Senhor. A oração feita da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará. E se tiver cometido pecados, receberá o perdão" (Tiago 5, 13-15).

A Igreja recomenda que os católicos recebam a Unção dos Enfermos quando em perigo de morte por doença ou velhice, ou antes de uma operação séria. Em cada uma dessas situações, uma pessoa pode sentir medo ou ansiedade. Receber o sacramento lhe dará a cura espiritual, maior fé, paz e força necessárias para suportar o sofrimento. O Catecismo da Igreja Católica ensina que: "Pela graça do sacramento, o doente recebe a força e o dom de se unir mais intimamente à Paixão de Cristo: de certa forma, ele é consagrado para dar frutos pela configuração à Paixão redentora do Salvador" (1521). Assim como os membros da Igreja estão rezando pelo doente, ele está ajudando os outros em seu sofrimento. "Ao celebrar este sacramento, a Igreja, na comunhão dos santos, intercede pelo bem do doente. E o doente, por seu lado, pela graça deste sacramento, contribui para a santificação da Igreja e para o bem de todos os homens, pelos quais a Igreja sofre e se oferece, por Cristo, a Deus Pai" (Catecismo, 1522).

O sacramento pode ser recebido mais de uma vez. Por exemplo, se a saúde da pessoa doente piorar. Se a pessoa não se recuperar, a Unção dos Enfermos a preparará para estar com Deus. Se a pessoa estiver morrendo, ela pode receber a Santa Comunhão como viático. Muitos padres darão o Perdão Apostólico a uma pessoa que está morrendo após a unção e o viático. Essa oração, i.e. o Perdão Aostólico, proporciona uma indulgência plenária que remove a punição temporal do pecado.

A Igreja recomenda que os católicos se confessem antes de receber a Unção dos Enfermos se tiverem cometido algum pecado mortal. Não se trata de um substituto para o sacramento da Penitência. Entretanto, se não puderem se confessar, seus pecados podem ser perdoados por meio do sacramento da Unção dos Enfermos. Uma pessoa doente pode receber o sacramento em casa, em um hospital, em uma casa de repouso ou no caso de um acidente ou doença súbita, como um ataque cardíaco - em qualquer lugar em que uma pessoa doente possa estar. Ele também pode ser recebido na igreja, pois algumas paróquias oferecem a Unção dos Enfermos uma vez por mês no final da missa. A Unção dos Enfermos só pode ser administrada por padres e bispos. Assim como nos demais sacramentos, é Jesus quem concede as graças à pessoa por meio das palavras e ações do padre ou bispo.

Testemunhei o efeito positivo desse sacramento em pessoas que amo. Minha mãe recebeu a Unção dos Enfermos em mais de uma ocasião quando foi hospitalizada por causa de um grave problema cardíaca. Em todas as ocasiões, ela foi curada e também cresceu em fé e confiança em Jesus, até mesmo ansiando pelo momento em que estaria com Ele no Céu. Ela recebeu a Unção dos Enfermos pela última vez alguns dias antes de morrer de pneumonia em 2008. Acredito que Deus lhe deu a graça de morrer em paz, com a esperança da vida eterna. Um de meus pais espirituais, Padre Rooney, recebeu a Unção dos Enfermos quando teve um grave problema de saúde e a recebeu novamente no dia de sua morte. Ele tinha muita fé, uniu seu sofrimento a Jesus e morreu em paz. Além de proporcionar graças à pessoa doente, creio que o sacramento também proporcione consolo e paz à família e aos amigos da pessoa. Quando minha mãe recebia a Unção dos Enfermos, eu sentia a paz de que ela estava sendo ajudada por Jesus e seria curada, e quando ela a recebia, no final de sua vida, eu confiava que ela estaria preparada para estar com Ele.

Às vezes, os familiares esperam para chamar um sacerdote até que a pessoa doente esteja morrendo. Não é bom adiar porque o sacerdote pode não conseguir vir antes da pessoa falecer ou a pessoa pode não estar consciente (embora ainda possa receber o sacramento). Como há muitos benefícios em receber a Unção dos Enfermos, é melhor não esperar muito tempo para solicitá-la para si mesmo ou para um membro da família. Creio que é uma obra de misericórdia que os católicos ajudem qualquer católico que conheçam. e que esteja gravemente doente ou morrendo, a receber a Unção dos Enfermos. A pessoa doente pode estar fraca demais para entrar em contato com o padre, e sua família pode não entender ou acreditar nas graças desse sacramento e pode não ver a necessidade de chamá-lo. Nessa circunstância, um parente ou amigo pode entrar em contato com o sacerdote em nome do doente. Se ele estiver no hospital, pode-se entrar em contato com o padre que é o capelão do hospital. Se o hospital não tiver um padre capelão, ou se o seu amigo ou parente estiver em casa ou em uma casa de repouso, entre em contato com a paróquia dele. Se ele não pertencer a uma paróquia, entre em contato com qualquer padre que você conheça, pois a maioria dos padres fica feliz em poder levar a cura e o consolo de Jesus aos doentes por meio desse sacramento.

Autora: Louise Merrie (1) 

Original em inglês: Catholic Register