Dia Mundial da Síndrome de Down: O Porquê de Sua Importância

20/03/2019

Escrito por Ryan Everson

Em toda a Bíblia, Deus frequentemente escolhe as pessoas e os lugares mais humildes para o maior dos milagres. Deus escolheu Davi, o fraco pastor, para matar o monstruoso filisteu, Golias. Deus escolheu Noé, que nasceu escravo, para construir a arca e preservar a vida na Terra. E quando Jesus Cristo veio ao mundo, Ele não nasceu em uma mansão, mas em uma manjedoura. Deus se deleita em usar as mais humildes das circunstâncias para o Seu trabalho mais surpreendente

Esse mesmo princípio se aplica ao nosso mundo atual. Deus nos chama para cuidar de Seus filhos, que são vistos como excluídos pela sociedade, como os pobres, os doentes, os deficientes e os idosos. Aos olhos de Deus, o valor de um ser humano não depende do status social, da beleza física, da capacidade mental ou de qualquer outro aspecto mundano. Deus criou todos os seres humanos à Sua imagem e semelhança, e todos os seres humanos são dignos de amor por esse motivo.

Infelizmente, nossos irmãos e irmãs com síndrome de Down nem sempre são tratados com o devido amor e respeito que merecem, e algumas pessoas estão tentando se livrar deles em todo o mundo.

Discriminação no Diagnóstico

A síndrome de Down pode ser diagnosticada em crianças não nascidas a partir de 9 semanas de idade gestacional. Embora esses testes possam ser úteis, proporcionando aos pais tempo para se prepararem para o filho com Síndrome de Down, os testes são normalmente usados para um plano diferente: o aborto. Infelizmente, a esmagadora maioria das crianças diagnosticadas com síndrome de Down é abortada. Os Estados Unidos, que têm uma das taxas mais baixas de aborto com síndrome de Down, ainda estão em impressionantes 67%. Essa taxa é de 77% na França e quase 100% na Islândia e na Dinamarca.

Além disso, muitos países têm legislação específica para aumentar o número de crianças com síndrome de Down abortadas. Por exemplo, a proibição do aborto na Islândia é às 16 semanas de gestação em circunstâncias normais. No entanto, o aborto é legal bem após 16 semanas, se a criança foi diagnosticada com síndrome de Down. A maioria dos países tem legislação semelhante, concedendo aos pais oportunidades extras de abortar seu filho se ele tiver síndrome de Down.

Os Não-nascidos são Humanos

Alguns defensores do aborto argumentam que esses procedimentos de aborto são morais e necessários porque não acabam com a vida humana. Em entrevista à CBS News, a Dra. Helga Sol Olafsdottir disse: "Nós não vemos o aborto como um assassinato. Nós olhamos como uma coisa que damos fim. Acabamos com uma vida possível que poderia ter tido uma enorme complicação "

A alegação de Olafsdottir de que um feto com síndrome de Down é "uma coisa" e "uma vida possível" carece de qualquer base racional. Não é preciso dizer que um pré-requisito essencial para ter síndrome de Down é a existência de vida. Objetos inanimados não podem ter síndrome de Down. Partes individuais do corpo, como braços, órgãos e partes do útero da mãe também não podem ter síndrome de Down. Apenas organismos vivos distintos podem ter síndrome de Down.


Alguns profissionais de saúde pró-escolha [pelo aborto] se gabam de que a Islândia e a Dinamarca usaram o aborto para quase erradicar a síndrome de Down. Mas por que isso é algo para se orgulhar? Nenhuma pessoa racional se gabaria de reduzir a taxa de pobreza infantil, matando os filhos não-nascidos de mães de baixa renda. Diminuir a taxa de pobreza é um objetivo admirável, mas matar a vida humana não é uma solução moral para a questão!


A taxa de pobreza é reduzida ao se ajudar as pessoas na pobreza, não exterminando-as. Da mesma forma, em vez de aumentar a percentagem de crianças com síndrome de Down que são mortas, devemos nos esforçar para aumentar nosso apoio a essas crianças e seus pais, que muitas vezes estão assustados e confusos. Apoiar uma criança com síndrome de Down é certamente diferente e mais desafiador do que criar a maioria das outras crianças, e muitos desses pais podem usar nossa ajuda e apoio. Precisamos capacitá-los. Precisamos dizer a eles que são fortes o suficiente para sustentar seu filho. E devemos ajudá-los a ver seu filho como Deus os vê.

O Plano Amoroso de Deus

Deus não vê essas crianças como "coisas" que podem ser descartadas. Ele não vê essas crianças como sendo menos dignas de vida do que qualquer outra pessoa. Ele também não os vê como menos dignos de amor do que qualquer outra pessoa. Deus vê toda criança com síndrome de Down como uma pessoa de valor infinito. Ele vê cada um deles como um ser humano, para quem Ele tem um plano especial. E Ele os vê como alguém que trará bondade ao mundo e enriquecerá a vida dos outros de uma maneira única que ninguém mais pode.

Precisamos responder ao chamado de Deus para cuidar daqueles que estão à margem. Devemos encorajar nossa sociedade a escolher a vida acima da morte. E nós devemos capacitar os pais a escolherem o amor sobre o medo.

Original inglês - CatholicLink