Debate entre Ben Stein e o ateu Richard Dawkins: Libertar-se de Deus significa liberdade para o Homem?
Escrito por
Winifred Corrigan
Temos uma certa dívida com Dawkins, que suspeito que até agora ainda não foi reconhecida. Dawkins, uma das primeiras figuras do ateísmo do mundo, cunhou a palavra "meme" em seu livro de 1976, O gene egoísta.
Três pontos de interesse destacam-se por nesse pequeno vídeo envolvente, uma conversa entre Richard Dawkins e Ben Stein: 1) Design Inteligente, 2) Liberdade e 3) A busca da Verdade e do Conhecimento. Vamos considerar cada um separadamente:
O Design Inteligente
Primeiro, Dawkins reconhece a possibilidade da vida na Terra ter sido posta em movimento pela força de vida inteligente de um sistema solar alienígena. Mas se Deus, o Criador, é insustentável como uma explicação para a origem do mundo, por que é mais fácil aceitar que possamos vir da "semente" de uma civilização alienígena altamente sofisticada?
A proposição que Dawkins oferece me parece que não é menos obsoleta do que a proposição de que Deus existe e que Ele criou o universo. A realidade atraente e fantástica é que Dawkins é livre para rejeitar a Deus.
A Liberdade
Comoo grande G.K. Chesterton - coincidentemente outro brilhante inglês- certa vez disse, "Eu não compreendia lá muito bem o que eu próprio entendia por liberdade, até que ouvi chamá-la por outro nome, o de dignidade humana." É a própria chama divina, que somos criados à imagem e semelhança de Deus, que permite ao Homem a liberdade de rejeitar nossa origem e nosso criador - se não tivéssemos o direito de rejeitá-Lo, não poderíamos ser livres para responder ao amor. A palavra LIBERDADE ecoa alto tanto no início como no final do vídeo de Ben Stein. É muito interessante que Dawkins use o idioma da libertação para expressar seu desdém pela religião:
"Eu escrevo um livro e as pessoas podem lê-lo se elas quiserem. Eu acredito que seja que isso seja um ato libertador para você se libertar de superstições primitivas. Eu acredito que quando elas desistem de Deus, ela sintam um grande sentimento de alívio e liberdade... Eu tenho diversas cartas que dizem isso."
Mas a Liberdade é uma daquelas palavras carregadas ... como as palavras Amar e Julgar (para citar apenas duas) ... aquelas palavras que muitas vezes significam algo diferente, muitas vezes algo mais profundo do que as reações emocionais que nós atribuímos a elas.
Dawkins sente-se bastante satisfeito consigo mesmo, enquanto lê rapidamente uma das diatribes mais sutis do seu livro contra o Deus do Antigo Testamento. Momentos mais tarde, Stein realmente o desafia, observando que Dawkins construiu um nome para si mesmo (e milhões de dólares), inventando essas acusações tão arrogantes e articuladas sobre Deus. Na verdade, tem muito o que se lucrar nos dias de hoje no negócio do ateísmo.
Mas podemos dar um passo adiante com essa ironia: a raison d'etre - a razão de ser - pública de Dawkins, sua fama e fortuna foram acumuladas dentro de um quadro cultural de liberdade acadêmica, vendas de livros orientadas pelo mercado e liberdade de expressão que são os próprios produtos da civilização judaico-cristã que ele desfruta desde os tempos de bancos de madeira em Oxford. Em outras palavras, no mesmo solo cultural e intelectual onde Richard Dawkins e sua plataforma antirreligiosa ficaram livres para surgir e florescer - organicamente e ao longo de séculos - por uma civilização construída sobre Cristo, civilização essa que cresceu, prosperou e ensinou ao mundo como viver idéias fundamentais como a liberdade - idéias que são mais pesadas e mais ricas do que sugeridas pelos sons dos bytes de ouro das línguas dos intelectuais.
A Busca da Verdade e do Conhecimento
Eu não creio que Richard Dawkins, que sem dúvida é um homem muito inteligente, contradiria a caracterização que se utilizou para fundamentar um estado de crença. Mas, na verdade, talvez seja a última ironia que Dr. Dawkins, que detem uma cadeira e uma bolsa de estudos na Universidade de Oxford, que foi o epicentro mesmo de um famoso movimento filosófico, em meados do século XIX, onde surgiu o Movimento de Oxford para que possamos agradecer aos brilhantes Robert Hugh Benson, Gerard Manley Hopkins e Ronald Knox.
Para cada mente poderosa que justificou seu caminho para o ateísmo, há uma mente igualmente refinada que tenha fundamentado seu caminho PARA DENTRO da Igreja Católica. Este foi o caso de muitos desses pensadores do Movimento de Oxford. O mais famoso entre eles permanece o Beato John Henry Newman. Tire um tempo para ler suas séries de palestras intituladas The Idea of a University [N.T.: A Idéia de Uma Universidade]. Elas poderiam ser considerados o maior tratamento católico feito sobre a filosofia da educação na língua inglesa.
Sim, a academia deu ao mundo algumas das mais intelectualmente nocivas filosofias de desespero e materialismo, divisão e niilismo. Mas a academia - Oxford neste caso - também nos deu John Henry Newman. E a Igreja deu ao mundo muito do que se entende ser essencial para a educação - mesmo e especialmente aqueles elementos que tomamos como certos e garantidos, como a liberdade de pesquisa.
Mesmo o menos cientificamente inclinado entre nós pode entusiasmar-se com a idéia de que há coerência e integração na ordem do cosmos - e, portanto, também do conhecimento e da verdade. Ben Stein fecha seu pequeno e gentil vídeo com - aos meus ouvidos, um forte eco da voz de John Henry Newman:
"Se o design Inteligente estiver correto, Deus não está escondido. Podemos até mesmo encontrar Deus através da ciência ... se tivermos a liberdade de ir lá. O que poderia ser mais intrigante do que isso?"
Beato John Henry Newman: Ora pro nobis
E que todos rezemos por Richard Dawkins e por aqueles que se deixaram desviar pelo glamour do ateísmo.
Original em inglês: https://catholic-link.org/freedom-from-god-means-freedom-for-man-b-stein-debates-with-well-known-atheist-r-dawkins/