Bispo Americano Denuncia A Revolução Sexual

30/04/2019

Um bispo dos EUA se manifesta contra a revolução sexual.

O Bispo Thomas Olmsted, de Fênix, Arizona, foi palestrante na 15º Manhã de Oração Nacional Católica, nessa terça-feira, 23.04. O Bispo disse no encontro nacional dos líderes católicos que eles devem evitar tanto a "presunção arrogante" quanto o "desespero cínico".

Ele citou uma homilia do Papa São João Paulo II durante sua visita aos Estados Unidos, em 1979, sobre o papel central da Igreja no Movimento Pró-vida.

O Bispo D. Olmsted prosseguiu dizendo: 

"É meu dever pastoral dar testemunho do Evangelho da Vida, rezar e trabalhar por uma restauração da proteção pela lei dos mais vulneráveis entre nós".

Ele argumentou que muitas heresias incluem crenças falsas sobre o corpo humano, acrescentando: 

"Isso inclui a heresia atual, que está incorporada - trocadilho intencional - na revolução sexual, e agora em sua versão radicalizada, a ideologia de gênero). "

"Qualquer rejeição da corporeidade", pronunciou D. Olmsted, "terá como alvo imediato duas belas realidades, porém exigentes e, às vezes, incômodas: o casamento e a criança".

Ele observou que heresias como o gnosticismo, o maniqueísmo e a albigense se opunham à sacralidade do matrimônio, assim como o rei inglês Henrique VIII e Martinho Lutero.

"E atualmente o casamento é um obstáculo no caminho da ideologia de gênero", disse ele.

Ele exortou: 

"Nós cristãos, portanto, devemos defender esta realidade do casamento nos dias de hoje, em nossos lares e em praça pública, apesar do risco real de perseguição por assim fazê-lo".

Voltando-se para como "a criança" é uma realidade visada atualmente, D. Olmsted disse: "Vejam a vociferante oposição à Lei de Proteção às Crianças Sobreviventes Após o Aborto[1]. De onde vem esse desrespeito pela vida de uma criança? De um coração endurecido".

"Uma criança precisa de amor e o amor é exigente", observou ele, "e o coração humano deve estar preparado para atender às exigências desse amor quando a criança chegar".

Ele continuou: 

"Cristo nos chama a defender cada criança e, onde não haja um coração humano pronto para receber uma nova vida, permita que Ele expanda nossos corações, para recebermos esta criança, preenchendo a brecha deixada pelo coração endurecido."

O bispo exortou: 

"Irmãos e irmãs, podemos fazer isso! Fomos criados para um tempo como este! Deus nos destinou para essas circunstâncias históricas".

Vejam a vociferante oposição à Lei de Proteção às Crianças Sobreviventes Pós-Aborto. De onde vem esse desrespeito pela vida de uma criança? De um coração endurecido.

D. Olmsted falou em seguida sobre os escândalos de abuso sexual clerical que atingiram o catolicismo norte-americano no ano passado:

Esta manhã, também quero dizer uma palavra aos leigos da Igreja, que estão justamente indignados com as revelações de tanto pecado e fracasso na liderança entre os sacerdotes e bispos de nossa amada Igreja. Suas preocupações são justas e precisam ser respondidas tanto com sacrifícios, quanto com ações, pois são mais sábias do que o desespero. Por favor, rezem por nós, seus pastores, para que possamos agir com radical confiança na graça de Cristo Ressuscitado, para suportarmos qualquer sacrifício que venha proporcionar cura para as vítimas, honestamente apontado o mal, defendendo claramente as verdades incômodas do Evangelho e exercitando liderança decisiva em nome de Cristo. Nós bispos devemos isso a vocês. E mais importante, devemos isso ao próprio Senhor - nada menos do que isso. Como alguém que foi chamado por Cristo para ser um pastor nestes tempos, eu também devo a vocês e ao Senhor, clareza em meu ensino.

O bispo mencionou a queda na taxa de natalidade nos Estados Unidos[2] e observou que a generalizada oposição dos católicos americanos ao ensino da Igreja sobre a contracepção é provavelmente um fator que contribui.

Em seguida, ele citou longamente uma exortação apostólica que escrevera anteriormente, na qual listava os frutos podres da revolução sexual: "prazer sexual separado da procriação, sexualidade separada do casamento, homem separado da mulher pelo divórcio, mulher separada da criança pelo aborto, jovens separados da esperança de que o amor possa ser fiel e belo, os idosos separados dos filhos que devem cuidar deles ao final da vida ".

O documento continuava afirmando: 

"Essas divisões, essas separações, são um flagelo da miséria em uma escala nunca antes conhecida. Basta! Maridos e esposas, mães e pais, vocês são chamados a ter grandes corações aqui, contra a cultura e corajosos. Vocês podem construir algo melhor, mais livre, mais generoso e mais nobre - começando em seus próprios lares."

Essa exortação apostólica, intitulada "Complete A Minha Alegria", foi promulgada em 30 de dezembro de 2018.

Próximo ao final de seu discurso na Manhã de Oração Nacional Católica, D. Olmsted exortou: 

"Os cristãos são chamados não à complacência, mas à grandeza - a terem corações generosos o suficiente para estarem plenos de Deus".

"Somos chamados a ser santos", continuou ele, "santos com vida cheia do Espírito Santo, mulheres e homens que vivem virtudes heróicas."

Ele encorajou os pais católicos a serem generosamente abertos aos filhos, seja por tê-los gerado ou adotado. Ele os convidou a levar suas famílias para mais perto de Deus e para fazê-lo "com fé profunda e filial nEle".

"Os cristãos são chamados não à complacência, mas à grandeza."

Em outubro de 2015, o D. Olmsted publicou uma exortação aos homens católicos de sua diocese intitulada "Detenham-se sobre a brecha".

Lê-se na abertura do documento:

Eu começo esta carta com um toque de clarim e um claro encargo para você, meus filhos e irmãos em Cristo: Homens, não hesitem em se envolver na batalha que está acontecendo ao seu redor, a batalha que está ferindo nossos filhos e famílias, a batalha que está distorcendo a dignidade de mulheres e homens.

E em janeiro de 2016, D. Olmsted abordou a crise moderna da masculinidade em um curta-metragem intitulado Um Chamado para Batalha (legendas em espanhol). 

Olmsted é bispo da diocese de Fênix desde 2003.

Quando o Arcebispo D. Carlo Maria Viganò divulgou seu depoimento em agosto de 2018, alegando que o Papa Francis havia removido disciplinas que foram impostas a Theodore McCarrick, D. Olmsted comentou: "Peço que o testemunho do Arcebispo Viganò seja levado a sério por todos e que todas as alegações que ele fizer sejam completamente investigadas".


Notas:

[1] Este projeto de lei emenda o código criminal federal para exigir que qualquer profissional de saúde que esteja presente quando uma criança nascer viva após um aborto ou tentativa de aborto: (1) exerça o mesmo grau de cuidado razoavelmente fornecido a qualquer outra criança nascida viva no mesma idade gestacional, e (2) assegurar que tal criança seja imediatamente admitida em um hospital. O termo "nascido vivo" significa a completa expulsão ou extração de sua mãe, em qualquer fase do desenvolvimento, que após tal expulsão ou extração respire ou tenha batimento cardíaco, pulsação do cordão umbilical ou movimento voluntário definido de músculos, independentemente do cordão umbilical ter sido cortado.

[2] Sobre a queda na taxa de natalidade no Brasil veja aqui